Como reduzir os danos sem conhecer o dano?

Drogas nos Festivais:  Redução de Danos?

Como reduzir os danos sem conhecer o dano? O dano maior é a utilização de substâncias ou misturas desconhecidas.

Não é possível entender como uma pessoa lúcida e saudável mentalmente não consegue perceber aqui neste texto, os riscos, os danos, e a fragilidade que nos encontramos.
Aqui o texto excelente, e preocupante, do Fernando Bezerra - Testagem substâncias -Portas da Perceção. Boa leitura. O conteúdo do artigo é puro e transparente.

No texto, vários aspectos importantes são abordados, com potenciais consequências. E pouco ou nada a mídia divulga e também os nossos governantes, Pelo menos a Anvisa poderia fornecer relatórios, para mídia e centros de saúde, constando as substâncias mais usadas e misturas mais frequentes nas composições.

Teoricamente, a proibição existe, e é defendida, para proteger os cidadãos, e assim reduzir os danos. Discutem, classificam e regulamentam as substâncias/produtos acessíveis ao homem. Criam leis, para eliminá-las do nosso convívio, e quando "aparecem" orientam para punir, não a droga, mas o portador/usuário.

Mas o "proibido/ilegal" continua acessível, e cada vez mais abundante, em toneladas e alquimias desconhecidas. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, mais de 250 novas substâncias psicoativas apareceram no mercado internacional entre 2000 e 2013.

Como reduzir os danos sem conhecer o dano? O dano maior é a utilização de substâncias ou misturas desconhecidas. E não a utilização consciente e responsável das mesmas.
O Estado, para tudo, quer solução imediata, para eliminar o problema. Assim, o "problema", o "proibido" é solucionado e arquivado, sem fiscalização da existência e qualidade do "proibido".

Desta maneira, testando e conhecendo, não fica melhor? Conhecer o "proibido" para relacionar-se com mais segurança e responsabilidade com todas moléculas? Com direito ao livre arbítrio de quando e como relacionar-se, quando estiverem disponíveis. E, integralmente, responsáveis pelas relações estabelecidas, e suas boas ou más consequências. Sem direito de penalizar ou culpar ninguém, nem o Estado.

E "somente" desta forma, conseguiremos avaliar a verdadeira relação do ser humano com as drogas. Mais rapidamente pessoas vão se cuidar, e perceber seus limites e suas vulnerabilidades. Muitas vezes o individuo não sabe, mas é portador de incapacidade para estas percepções. Por isso, precocemente investigada, menos danos para o usuário problemático, e sua família.

Por que ninguém fala nada? Se estão verdadeira e honestamente preocupados com a saúde e bem estar de seus/nossos filhos?

Redução de Danos, diferente das políticas públicas realizadas em muitos estados do Brasil, não "resolve/elimina" qualquer problema, isso é guerra sempre. Mas ensina valores, conceitos e práticas valiosas para "superar", com sabedoria e lucidez, todos danos conhecidos e atemporais. E, superar as mudanças também.

Não Existe Diálogo Que Não Passe Pela Redução de Danos.....que foca o indivíduo não a droga.

O sábio e iluminado Gandhi, desde muito tempo ensinava práticas para reduzir os danos da vida. Só "ele" não sabia que iria transformar-se em filosofia urgente de vida...

"Viva como se fosse morrer amanhã.Aprenda como se fosse viver para sempre...sempre"... "Mahatma Gandhi"

Vanusa Maria Bispo: editora da página redução de danos (@Redução de Danos,) neurocientista e professora de neuropsicofarmacologia (UDESC).
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