Muitas drogas lícitas e ilícitas as vezes são usadas por mulheres durante o período gestacional. No entanto, por motivos éticos e de segurança, apenas limitado número de drogas são estudadas na gestação, casos em que o uso da medicação é necessário para melhor desfecho materno-fetal.
Entre essas drogas se encontram com grande número de estudos, na literatura científica, os anticonvulsivantes, os anestésicos e os benzodiazepínicos. Por exemplo, os efeitos teratogênicos (malformações) do diazepam e seu metabólito mais importante, o desmetildiazepam, têm sido estudados extensamente durante a gravidez. E sabe-se que poucos benzodiazepínicos, como o alprazolam, não são metabolizados em desmetildiazepam.
Entretanto, os efeitos da grande maioria das substâncias recreacionais pouco são conhecidos, por falta de estudos e dados de amostragem. Mas alguns, que ocorrem na síndrome do alcoolismo fetal (SAF), decorrentes da ingestão de álcool pela mãe durante a gravidez, atualmente são considerados a maior causa de déficit intelectual prevenível no mundo.
Estudos sobre farmacocinética de drogas durante a gestação, taxa de transferência placentária e alterações embrio-fetais possíveis como efeitos adversos das drogas administradas devem ser valorizados e individualizados, pelas características específicas de cada fármaco. Além disto, o feto e o recém-nato são particularmente sensíveis aos efeitos dos psicotrópicos, pois a permeabilidade da barreira hematoencefálica é maior que nos adultos.
Por estes motivos, os estudos sobre este tema devem ser ativamente e continuamente pesquisados, no intuito de valorizar o bem-estar materno-fetal e a assistência obstétrica de qualidade.
Na dúvida, antes de usar qualquer substância, consulte um especialista. Principalmente no caso de psicoativos, que são moléculas lipofílicas/lipossolúveis e de baixo peso molecular, que atravessam com muita facilidade a barreira hematoencefálica e hematoplacentária.
E lembre-se sempre, é sua responsabilidade preservar a qualidade da vida futura do concepto.
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Vanusa Maria Bispo: editora da página redução de danos (@Redução de Danos,) neurocientista e professora de Neuropsicofarmacologia (UDESC).
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